Brasileiro Rodrigo Gularte é executado na Indonésia

O brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos, foi executado na Indonésia na madrugada desta quarta-feira (29) – horário local, tarde de terça-feira (28) no horário de Brasília. Ele havia sido condenado à morte por tráfico de drogas, e a pena foi executada por um pelotão de fuzilamento.

Outros sete condenados por tráfico de drogas foram executados. A única mulher condenada do grupo, a filipina Mary Jane Veloso, não foi executada porque a pessoa que a recrutou para transportar drogas se entregou às autoridades. Mary Jane precisa testemunhar neste outro processo, por isso o presidente filipino pediu que sua execução fosse postergada.

O paranaense Gularte foi preso em julho de 2004 depois de tentar ingressar na Indonésia com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Ele foi condenado à morte em 2005.

Gularte é o segundo brasileiro executado no país este ano – em janeiro, Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi fuzilado. Ele também cumpria pena por tráfico de drogas.

O governo brasileiro divulgou nota na qual diz ter recebido com “profunda consternação” a notícia da execução de Gularte. De acordo com o Itamaraty, a presidente Dilma Rousseff enviou carta ao presidente indonésio, Joko Widodo, pedindo a suspensão da pena de morte em razão do “quadro psiquiátrico” do brasileiro.

Zeca Dirceu anuncia recursos para conclusão de duas creches

As crianças de Guarapuava poderão contar em breve com duas novas unidades de educação infantil na cidade. O município acaba de receber do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) o valor de R$ 1,5 milhão para concluir as obras de duas creches das 10 creches em construção. O anúncio está sendo feito pelo deputado federal Zeca Dirceu (PT).

“Sempre fui apaixonado pela educação, desde minha época como prefeito eu tenho uma carinho especial com o setor. Hoje, já no meu segundo mandato como deputado federal, estou levantando essa bandeira no Congresso Nacional, em busca de mais melhorias para nossas crianças e jovens. Fico muito feliz com a chegada desses investimentos a Guarapuava, espero em breve poder participar das inaugurações das creches”. O deputado é membro titular da Comissão de Educação na Câmara Federal.

As obras das creches que estão sendo construídas  começaram em 2014 e têm a inauguração prevista para este ano. As novas unidades foram projetadas para atender a um déficit atual de 1650 vagas.

De acordo com o deputado, os dois projetos são do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância) e correspondem ao Tipo B. 

Essa categoria tem capacidade de atendimento a 240 crianças com até cinco anos de idade, em dois turnos, ou 120 crianças, em turno integral. Compreende oito salas pedagógicas, sala de informática, secretaria, pátio coberto, cozinha, refeitório, sanitário e fraldário, entre outros ambientes, todos adaptados para pessoas com deficiência. Uma das obras foi iniciada recentemente e outra já encontra-se 80% concluída.

Deputados adiam votação e professores acampam no Centro Cívico

O segundo dia de protestos dos professores da rede estadual de ensino contra o projeto de lei que modifica a Paranaprevidência, nesta terça-feira (28), foi marcado por vários episódios de tumulto e confronto com a polícia, em situações que deixaram, pelo menos, 13 pessoas feridas. Todos os enfrentamentos ocorreram no Centro Cívico, próximo à sede do governo do Paraná.

A primeira ocorrência, que deixou oito pessoas machucadas, foi já durante a madrugada, quando, por volta das 1h30, policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) chegaram para cumprir a ordem de retirada dos manifestantes que ocupavam a Praça Nossa Senhora da Salete, em frente ao Palácio do Governo. Na versão dos professores que acampavam no espaço, a confusão começou no momento em que eles sentaram em frente aos três caminhões de som contratados pela APP Sindicato, representante da classe, para impedir a retirada dos veículos.

“Sentamos em volta [dos caminhões] para que não retirasse. Daí foi quando eles começaram a suar gás de pimenta e foram retirando o pessoal. Tinha muito policial e eles agiram com muita truculência para tirar a gente de lá”, relatou o professor Sérgio Rufino, um dos que estavam na praça durante a madrugada. “Não precisava nada disso porque não somos bandidos, só estamos aqui atrás de nossos direitos”.

Segundo a PM, os policiais precisam agir porque os manifestantes invadiram uma área “congelada”, ou seja, onde não poderiam estar. Além disso, a equipe tinha, segundo a assessoria de imprensa da corporação, autorização para retirar os caminhões que estavam estacionados em local proibido. Por isso, os veículos foram recolhidos e encaminhados ao pátio do Departamento de Trânsito (Detran), e os proprietários foram multados.

A área “congelada” a qual se refere a PM foi isolada no último fim de semana, com o amparo de um interdito proibitório que determinou o cerco à Alep Desde o último sábado (25), mais de mil policiais de todo as partes estado estão de prontidão para assegurar que a Assembleia vote o projeto ao longo desta semana. Na sexta-feira passada (26), uma liminar proibiu a APP-Sindicato de ocupar o prédio da Assembleia e assegurou o uso de força policial para garantir o cumprimento da decisão, sob pena de multa.

Mais confrontos

A tentativa de acessar a área isolada pela Polícia Militar gerou mais dois tumultos no Centro Cívico nesta terça-feira. Os cerca de sete mil manifestantes – segundo o sindicato dos professores – que estavam no protesto foram dispersados duas vezes pelos policiais, que usaram cassetetes, sprays de pimenta e bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha.

As situações aconteceram entre 10h30 e 11 horas. Nos dois episódios, cinco pessoas ficaram feridas, sendo um deles um major da PM, que teve ferimentos na mão.

A PM contesta o número de participantes estimado pela APP Sindicato. Em vez de sete mil, seriam três mil, de acordo com a assessoria de imprensa da corporação.

O projeto de lei que propõe mudanças na Paranaprevidência foi aprovado por 31 votos contra 21 na segunda, e volta para segunda discussão nesta quarta-feira (29). O intervalo entre as votações foi maior porque o único oposicionista na CCJ, o petista Péricles de Mello, pediu vista para avaliar as emendas ao projeto. Um habeas corpus conquistado pelos professores na manhã de terça-feira garante que os docentes possam acompanhar a votação desta quarta.

Planilha apreendida na casa de Vargas indica que ele recebeu R$ 3,7 milhões de empresas

A Polícia Federal do Paraná apreendeu na casa do ex-deputado André Vargas (ex-secretário de Comunicação do PT e que foi cassado no ano passado) uma planilha que indica o pagamento de cerca de R$ 3,7 milhões à empresa de fachada Limiar, pertencente a ele e a seu irmão Leon Vargas. O dinheiro foi recebido por parte de mais de duas centenas de empresas ligadas ao mercado de publicidade, como produtoras e gráficas, de acordo com documento do Ministério Público Federal (MPF) enviado nesta terça-feira ao juiz Sérgio Moro. A planilha foi apreendida na última sexta-feira, quando a PF prendeu o ex-deputado em sua casa em Londrina (PR).

Vargas foi preso no mesmo dia que o publicitário Ricardo Hofmann, da BorghiLowe, empresa que possui as contas publicitárias do Ministério da Saúde e da Caixa Econômica Federal (CEF). Segundo investigação da Justiça do Paraná, a BorghiLowe subcontratava as empresas Enoise Estúdios de Produção, a Luiz Portela Produções, a Conspiração Filmes, a Sagaz Digital Produções de Vídeos e Filmes e a Zulu Filmes Ltda. Essas empresas repassavam grandes somas para as empresas de fachada Limiar e LSI, dos irmãos Vargas, à título de bônus de volume (ou comissões), mas as empresas do ex-deputado jamais prestaram serviços para essas empresas.

“Com as informações de que centenas de outras pequenas produtoras também pagaram à Limiar, restam indícios concretos que o esquema de distribuição de propina por intermédio de produtoras pode ser muito maior que o inicialmente constatado pelas diligências da Receita Federal”, dizem os procuradores ao juiz Sérgio Moro.

Em seu depoimento à PF e ao MPF, Ricardo Hoffmann disse que ele tinha “poder de comando dentro da BorghiLowe nas campanhas publicitárias do Ministério da Saúde e da Caixa Econômica Federal” e confirmou que foi ele quem apresentou o ex-deputado André Vargas à direção da agência que representava em Brasília até ser preso na última sexta-feira. Hoffmann disse ainda que somente em 2013 a Borghi recebeu R$ 100 milhões da CEF e outros R$ 18 milhões do Ministério da Saúde e que repasses foram feitos ao ex-deputado para que ele “arrumasse” contratos para a empresa no Paraná. Os procuradores consideraram essa versão “totalmente fantasiosa” para justificar as propinas repassadas ao ex-deputado.

Os procuradores pedem que o juiz Moro transforme a prisão temporária de Hoffmann em prisão preventiva, o mesmo acontecendo com Leon Vargas. Para os procuradores, a manutenção de Hoffmann e Leon presos justifica-se para “a garantia da ordem pública, econômica e por conveniência da instrução processual”. O juiz tem que decidir se atende a esse pedido do MPF ainda nesta terça-feira, quando vencem os prazos das prisões temporárias (cinco dias) dos dois. Se o juiz decretar a prisão preventiva de Hoffmann e de Leon Vargas, eles ficarão presos por tempo indeterminado.