Mortes por gripe no Paraná chegam a 116; 90% foram casos de H1N1

O número de mortes de pessoas vítimas da gripe no Paraná chegou a 116 desde o início do ano. Destas, 105 faleceram por causa da gripe A (H1N1). Os dados divulgados nesta quarta-feira (22) pela Secretaria do Estado da Saúde (Sesa) mostram que os óbitos estão espalhados por 18 das 22 Regionais de Saúde que existem no estado – a maioria dos casos foi registrada da Regional Metropolitana de Curitiba, somando 27 mortes.

Os dados mostram também um aumento nas notificações por Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) causadas pelo vírus da gripe. Desde o início do ano, 725 casos foram confirmados – 57 a mais que na semana anterior. Destes, 671 são casos de H1N1.

Mais de 220 mil doses de Tamiflu já foram distribuídas

De acordo com a Sesa, a maioria dos pacientes vítimas da gripe tinha mais de 60 anos e histórico de doenças crônicas. A secretaria também aponta que 27% dos pacientes que morreram não receberam o antiviral Oseltamivir – conhecido comercialmente por Tamiflu – utilizado no tratamento destes casos, que é disponibilizado gratuitamente pelo SUS.

Para evitar novas mortes, a Sesa informou que solicitou 100 mil novas doses do Tamiflu ao Ministério da Saúde e que já disponibilizou 221 mil doses do medicamento aos municípios do estado.

ara evitar o agravamento da doença, o paciente deve ser medicado com Tamiflu até 48 horas após o início dos sintomas. A orientação é que todo paciente que esteja com suspeita de gripe H1N1 receba doses do Tamiflu, mesmo sem a confirmação do diagnóstico laboratorial.

Veja lista de Regionais de Saúde (RS) que registraram mortes por gripe:

1ª RS – Paranaguá: 4 mortes

2ª RS – Metropolitana de Curitiba: 27 mortes

3ª RS – Ponta Grossa: 9 mortes

4ª RS – Irati: 3 mortes

5ª RS – Guarapuava: 2 mortes

7ª RS – Pato Branco: 1 morte

8ª RS – Francisco Beltrão: 7 mortes

9ª RS – Foz do Iguaçu: 16 mortes

10ª RS – Cascavel: 5 mortes

11ª RS – Campo Mourão: 6 mortes

12ª RS – Umuarama: 2 mortes

15ª RS – Maringá: 11 mortes

16ª RS – Apucarana: 5 mortes

17ª RS – Londrina: 6 mortes

18ª RS – Cornélio Procópio: 4 mortes

19ª RS – Jacarezinho: 2 mortes

20ª RS – Toledo: 5 mortes

22ª RS – Ivaiporã: 1 morte

Hospitais universitários recebem 163% a mais para investir em pessoal

O valor investido na folha salarial dos hospitais universitários de Londrina, Maringá, Ponta Grossa e do Oeste do Paraná passou de R$ 196 milhões, em 2010, para R$ 517,4 milhões em 2016. O aumento é resultado dos reajustes salariais e contratação de novos servidores. Para se ter um comparativo, entre 2007 e 2010, quatro anos da gestão anterior, os gastos com folha de pagamento na área aumentaram 56%. O valor é próximo a inflação registrada no período.

Desde 2011, os profissionais que atuam nos hospitais universitários tiveram um aumento médio de 60,71%. Além disso, o governador Beto Richa nomeou 495 agentes universitários. Nesta terça-feira (31), foram nomeados 255 agentes universitários aprovados em concursos públicos. 

Beto Richa afirma que a evolução dos gastos com pessoal demonstra a importância que o governo estadual dá aos hospitais universitários. “As instituições prestam serviço de qualidade em uma área essencial, que é a saúde da população. A valorização dos servidores, além dos investimentos em infraestrutura, equipamentos e outras melhorias dos nossos hospitais universitários representa a atenção do governo aos cidadãos que usam os serviços. Eles são o foco da atenção do governo”, diz o governador. 

SERVIÇO E FORMAÇÃO - Atualmente, os quatro hospitais universitários do estado do Paraná ofertam 757 leitos e operam, em sua maioria, com capacidade total. 

O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, afirma que com o investimento na formação de um quadro próprio de profissionais especializados, os hospitais universitários melhoram as condições não da assistência, mas também de ensino e pesquisa. 

“Além de prestar serviço público de saúde com qualidade em áreas de alta complexidade, eles aperfeiçoam a formação dos novos profissionais”, disse ele. 

Moro reduz pena de José Dirceu na Lava Jato em 2 anos e 5 meses

O juiz federal Sérgio Moro decidiu reduzir a pena aplicada por ele mesmo contra o ex-ministro José Dirceu, condenado no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo a sentença, proferida no dia 18 de maio, ele havia sido condenado a cumprir 23 anos e três meses de prisão. Agora, ele deverá cumprir 20 anos e 10 meses.

O ex-ministro foi considerado culpado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na decisão, o juiz acatou o pedido da defesa de que a dosimetria estava exagerada e não considerava o atenuante de que Dirceu já tem mais de 70 anos de idade. O Ministério Público Federal (MPF) também havia considerado que o juiz deveria revisar a pena aplicada contra ele.

Na mesma decisão, Moro analisou ainda outros pedidos de advogados e do MPF, que tratavam sobre as penas dos demais réus. As defesas e o MPF consideravam que deveria haver mudanças, tanto para reduzir, quanto para aumentar as penas de alguns deles.

No entanto, além da redução de pena de Dirceu, o único ponto acatado pelo juiz foi quanto à absolvição do irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira Silva e dos lobistas Milton Pascowitch e José Adolfo Pascowitch do crime de lavagem de dinheiro. Eles já haviam sido absolvidos pelo crime, mas isso não constava na sentença original, que será reformada e passará a constar no texto.

O advogado Roberto Podval, que representa José Dirceu, afirmou que a decisão “é um bom começo”. Ele afirmou que o juiz Sérgio Moro teve bom senso ao decidir reduzir a pena, mas que ainda a considera severa. “Acho que a pena ainda é bastante elevada e, nos tribunais superiores, ela deve ser reduzida para um patamar razoável. Isso partindo da premissa de que ele não será absolvido, porque a defesa ainda acredita na absolvição”, afirmou.

Maior pena
A pena inicial aplicada por Moro contra José Dirceu foi a maior que um réu da Operação Lava Jato já havia recebido. Com a mudança, Dirceu foi condenado a um prazo igual a de outro réu no mesmo processo, o lobista Milton Pascowitch, que havia recebido a segunda maior pena até então.

A segunda maior pena até o momento foi aplicada contra o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, condenado a 20 anos e 8 meses de prisão.

MP vai à Justiça para que Lerner devolva R$ 16 milhões ao estado

O Ministério Público do Paraná (MP) ingressou com uma ação civil pública contra o ex-governador Jaime Lerner cobrando o ressarcimento de R$ 16 milhões por ato de improbidade administrativa. A acusação do MP é de que a publicidade do extinto Banestado (Banco do Estado do Paraná ) foi utilizada como propaganda eleitoral e para publicidade da gestão de Lerner em 1998. Naquele ano, Lerner disputou e venceu a reeleição para o cargo de governador. A ação tramita na 3.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba.

“Com o passar do tempo, foram se afrouxando os sistemas de controle de gastos com publicidade do Banco do Estado do Paraná S/A, cujos gastos atingiram o ápice em 1998, notadamente nos meses de junho, julho, agosto e setembro de 1998”, escrevem as promotoras Cláudia Cristina Rodrigues Martins Madalozo e Daniela Saviani Lemos, que assinam o documento.

Segundo as promotoras, a previsão orçamentária de gastos publicitários institucionais do Banestado em 1997 havia sido de aproximadamente R$ 20 milhões. Uma auditoria interna do banco chegou a recomendar uma redução de 20% nos gastos com propaganda. No entanto, as previsões orçamentárias de 1998 aumentaram – contrariando a recomendação – e foram estipuladas em R$ 30 milhões.

“Nos dez primeiros meses de 1998, verificou-se, ainda, que o gasto publicidade do Banestado S/A, atingiu o valor de R$ 35.104.600,66”, revelam as promotoras na ação civil pública.

A maior parte dessas despesas não foi nem gerida pelo banco, mas pela Secretaria de Estado de Comunicação Social. Isso ocorreu porque Lerner havia promulgado um decreto que passava à Secretaria de Comunicação Social a responsabilidade pelas campanhas publicitárias de todos os órgãos e empresas do estado – incluindo, na época, o Banestado.

Na ação, as promotoras afirmam que a publicidade originada da Secretaria de Comunicação e destinada ao Banestado era “o tipo de publicidade vedada pela Lei Eleitoral, ou seja, divulgação de programas do governo os quais não guardam ligação com os produtos oferecidos pelo Banestado”. De acordo coma a ação, cerca de R$ 16,7 milhões foram utilizados somente no período entre os meses de junho a setembro de 1998, período de campanha eleitoral.

“Jaime Lerner, inclusive, é o beneficiário direto destas publicidades, visto que foi candidato, em 1998, à reeleição ao cargo de Governador do Estado do Paraná, vencendo essa eleição”, justificam as promotoras na ação.

O montante, que a promotoria pede ressarcimento, ainda pode ser atualizado para valores atuais. A pena para o crime de improbidade administrativa prescreve em cinco anos; já a pena para um eventual ressarcimento dos cofres públicos não tem prazo de prescrição.