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Deputados adiam votação e professores acampam no Centro Cívico

GREVE PROFESSORES

O segundo dia de protestos dos professores da rede estadual de ensino contra o projeto de lei que modifica a Paranaprevidência, nesta terça-feira (28), foi marcado por vários episódios de tumulto e confronto com a polícia, em situações que deixaram, pelo menos, 13 pessoas feridas. Todos os enfrentamentos ocorreram no Centro Cívico, próximo à sede do governo do Paraná.

A primeira ocorrência, que deixou oito pessoas machucadas, foi já durante a madrugada, quando, por volta das 1h30, policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) chegaram para cumprir a ordem de retirada dos manifestantes que ocupavam a Praça Nossa Senhora da Salete, em frente ao Palácio do Governo. Na versão dos professores que acampavam no espaço, a confusão começou no momento em que eles sentaram em frente aos três caminhões de som contratados pela APP Sindicato, representante da classe, para impedir a retirada dos veículos.

“Sentamos em volta [dos caminhões] para que não retirasse. Daí foi quando eles começaram a suar gás de pimenta e foram retirando o pessoal. Tinha muito policial e eles agiram com muita truculência para tirar a gente de lá”, relatou o professor Sérgio Rufino, um dos que estavam na praça durante a madrugada. “Não precisava nada disso porque não somos bandidos, só estamos aqui atrás de nossos direitos”.

Segundo a PM, os policiais precisam agir porque os manifestantes invadiram uma área “congelada”, ou seja, onde não poderiam estar. Além disso, a equipe tinha, segundo a assessoria de imprensa da corporação, autorização para retirar os caminhões que estavam estacionados em local proibido. Por isso, os veículos foram recolhidos e encaminhados ao pátio do Departamento de Trânsito (Detran), e os proprietários foram multados.

A área “congelada” a qual se refere a PM foi isolada no último fim de semana, com o amparo de um interdito proibitório que determinou o cerco à Alep Desde o último sábado (25), mais de mil policiais de todo as partes estado estão de prontidão para assegurar que a Assembleia vote o projeto ao longo desta semana. Na sexta-feira passada (26), uma liminar proibiu a APP-Sindicato de ocupar o prédio da Assembleia e assegurou o uso de força policial para garantir o cumprimento da decisão, sob pena de multa.

Mais confrontos

A tentativa de acessar a área isolada pela Polícia Militar gerou mais dois tumultos no Centro Cívico nesta terça-feira. Os cerca de sete mil manifestantes – segundo o sindicato dos professores – que estavam no protesto foram dispersados duas vezes pelos policiais, que usaram cassetetes, sprays de pimenta e bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha.

As situações aconteceram entre 10h30 e 11 horas. Nos dois episódios, cinco pessoas ficaram feridas, sendo um deles um major da PM, que teve ferimentos na mão.

A PM contesta o número de participantes estimado pela APP Sindicato. Em vez de sete mil, seriam três mil, de acordo com a assessoria de imprensa da corporação.

O projeto de lei que propõe mudanças na Paranaprevidência foi aprovado por 31 votos contra 21 na segunda, e volta para segunda discussão nesta quarta-feira (29). O intervalo entre as votações foi maior porque o único oposicionista na CCJ, o petista Péricles de Mello, pediu vista para avaliar as emendas ao projeto. Um habeas corpus conquistado pelos professores na manhã de terça-feira garante que os docentes possam acompanhar a votação desta quarta.