Gleisi sinaliza desistência do governo do PR ao anunciar facilidades para pedágio em rodovias

Gleisi faz movimentos “técnicos” de quem não está nem aí com a disputa pelo governo do Paraná; nesta segunda-feira (29), a Casa Civil divulgou cronograma para aprofundar a privatização das rodovias e perpetuar o pedágio no país, assunto muito impopular e alvo de CPI na Assembleia Legislativa do Paraná; nos bastidores da política do estado das araucárias a conversa é que o candidato do campo da presidenta Dilma Rousseff será o ex-senador e vice-presidente do Banco do Brasil, Osmar Dias, que enfrentaria o governador tucano Beto Richa.

Depois de pilotar o projeto de privatização de portos, agora a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), deverá se enfronhar com a privatização das rodovias. A petista fala em facilitar [ainda mais!] as condições de financiamento definidas para as concessões de estradas visando aumentar o interesse do setor privado (leia-se pedágio).

 

A pauta de Gleisi Hoffmann é pauta de quem não pretende disputar eleição em 2014. São agendas que custariam muito caro numa campanha majoritária.

Como leitor deve saber, a ministra é apresentada pelo PT como candidata à sucessão do governador paranaense Beto Richa (PSDB).

Em fevereiro, o tucano não titubeou em acusar a provável adversária de “aderir ao neoliberalismo e à privatização” diante do embate da MP 595 (MP dos Portos).

Acho que a tarefa de enfrentar o tucano em 2014 caberá mesmo a Osmar Dias — sob as bandeiras do PDT, PT, PMDB, DEM, PV e outros oposicionistas (clique aqui para relembrar). Gleisi não faz movimento de quem disputará o Palácio Iguaçu. O primeiro palaciano a lançar dúvidas sobre o projeto eleitoral foi o próprio marido dela, Paulo Bernardo (Comunicações), em março (clique aqui para relembrar).

A Casa Civil avisa que tem pressa para privatizar as rodovias. A previsão é de que os primeiros editais sejam publicados até o final desta semana, referentes às BRs 262 e 050. O leilão pode ser realizado já na segunda quinzena de setembro.

Governo relaxa exigências às pedagiadoras

É chover no molhado abordar a luta que o Paraná e outros estados têm com a máfia do pedágio. Entretanto, descolada da realidade, a ministra anuncia o aprofundamento da privatização das rodovias.

Nesta semana, o governo simplificou as garantias exigidas das concessionárias nos empréstimos tomados junto aos bancos públicos. Ficou acertado, por exemplo, que serão exigidas garantias distintas para cada fase do empreendimento.

“Todo o modelo foi acertado com o governo, bancos públicos e setor privado. Esses são projetos de longo prazo e requerem condições especiais”, explicou Gleisi.

Ficou definido que quando as duplicações estiverem concluídas – a partir do 5º ano -, os recebíveis gerados pelo próprio projeto poderão ser tomados como única garantia do financiamento. Na fase pré-operacional, o concessionário oferecerá apenas um seguro garantia e uma finca correspondente a 20% do empreendimento, onerando menos o projeto e permitindo tarifas mais baixas.

As empresas terão, ainda, o apoio da Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias (ABGF). Os riscos não gerenciáveis e não seguráveis dos projetos serão seguradas pela ABGF, sendo o empreendedor responsável pelas perdas iniciais (20%).

Os financiamentos poderão ter prazos de até 25 anos, com cinco anos de carência. O custo será de Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) acrescida de até 2% ao ano, quando for realizado por consórcios com bancos privados. Quando envolver apenas bancos públicos, o valor será de TJLP até mais 1,5% ao ano.

Edital

O edital irá prever que as rodovias terão de estar duplicadas em cinco anos. Será vencedor a empresa ou consórcio que oferecer o menor valor de pedágio. A taxa de retorno dos projetos será de 7,2%.

‘Não queremos novos moradores’, diz prefeito de cidade nº 1 no IDH no país

Morar em São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo, cidade mais uma vez é líder no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do país, não será tarefa fácil nos próximos anos. Para manter a qualidade dos serviços municipais, o prefeito do município afirma que está “desestimulando” as construtoras de empreendimentos residenciais a construírem na cidade. “Não queremos ser cidade dormitório”, afirma.

O IDH mede o nível de desenvolvimento humano de determinada região. O estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) foi divulgado nesta segunda-feira (29) intitulado “Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013″.

O IDH dos municípios vai de 0 a 1 e considera indicadores de longevidade (saúde), renda e educação. São Caetano, que tem 149.263 habitantes segundo dados do IBGE, tem índice de 0,862 e está entre os 44 municípios do país a registrar desenvolvimento humano “muito alto” (acima de 0,800). O IDHM do Brasil é de 0,727, considerado “alto” (entre 0,700 e 0,799).

Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos no município foi educação (com crescimento de 0,071), seguida por renda e por longevidade. O prefeito Paulo Pinheiro comemorou os índices, mas afirma que, para manter a qualidade de vida para a população, a cidade deverá priorizar os prédios comerciais.

“Não queremos novos moradores, realmente. Se não, aumenta muito a quantidade de moradores e o orçamento da prefeitura é o mesmo. Então todos esses serviços que a gente gasta a mais com essa família é muito mais do que o IPTU que ela paga para o município. Por isso que a gente quer prédios comerciais”, diz.

Qualidade tem preço
Os moradores elogiam a cidade, mas afirmam que a qualidade “tem preço”. “Aqui é muito calmo, tranquilo. Tem saúde, educação. Nós viemos por causa do trabalho dos nossos maridos. A terceira idade tem muitas regalias, programas de natação, ginástica. Minha sogra faz dança, viaja em grupo”, afirma a moradora Michele Rosa de Souza, 27. “Mas é tudo mais caro. A gente sai e vai para Santo André [cidade vizinha no ABC Paulista] comprar tudo, roupa, comida. É muito mais caro que em outras cidades”, diz, enquanto brinca no parque da Avenida Kennedy com a filha no bairro Olímpico.

“Pela qualidade dos serviços que a cidade tem, aí encarece. O aluguel aqui é mais caro, o metro quadrado do que as cidades vizinhas. Mas vale a pena. É compensador”, diz o prefeito.

É a terceira vez que o órgão da ONU realiza o levantamento. Nesta edição, a pior avaliação é do município de Melgaço, no Pará. São Caetano, que faz divisa com a capital paulista, teve também o melhor IDHM em 2003 e em 1998.

Segurança
“Também tem cursos de inglês, as escolas são muito boas. Mas nas entradas da cidade, principalmente na divisa com Santo André, anda meio perigoso”, critica Liliane Sales, 36, que mora há dois anos no bairro Barcelona.

“Aumentou um pouco o assalto mesmo. Meu cunhado foi assaltado no sinal às 9h da manhã. Perto da Avenida [Almirante] Delamare”, complementa Michele. A avenida fica próxima do bairro de Heliópolis, a maior favela da capital paulista. “Ali já teve arrastão e nada muda.”

Apesar disso, os moradores afirmam que a cidade tem muitos pontos positivos, entre eles, pontos de ônibus novos, ruas asfaltadas e nenhuma favela. “Aqui é tudo de bom”, diz Iracema Conceição, que saiu do bairro do Ipiranga para ir ao médico em São Caetano. “Minhas irmãs moram aqui. Se eu pudesse, morava também. Favela você não vai achar não, difícil”, diz. “Mas aqui é muito caro para mim.”

“Aqui nunca teve favela, é uma cidade que é rodeada de favela, mas que não tem favela”, afirma o prefeito. As favelas do entorno, como Heliópolis, no entanto, acabam aumentando os índices de criminalidade do município, admite.

“Isso prejudica a qualidade da segurança da cidade. E a expectativa também. Nós estamos atuando. Já fui conversar com o secretário de Segurança Pública, que já mandou viaturas permanentemente, e o índice melhorou bastante, embora exista”, diz Pinheiro.

Longevidade
Em São Caetano do Sul, a esperança de vida ao nascer aumentou 6,1 anos nas últimas duas décadas, passando de 72,1 anos em 1991 para 78,2 anos em 2010. Naquele ano, a esperança de vida ao nascer média para o Estado era de 75,7 anos e, para o país, de 73,9 anos.

Moradora há quase 40 anos do bairro Barcelona, em São Caetano, Suely Panov, 64, diz que não sai mais de lá, nem por Porto Alegre, sua cidade natal. “A parte médica é muito boa, educação, saúde. Aqui eu brinco com as crianças no parque, é seguro”, conta.

A professora aposentada, no entanto, pede melhorias. “Não pode reclamar, tem lugares piores. Mas claro que sempre pode melhorar. Acho que a saúde, por exemplo, já foi melhor.”

Suely trabalha como voluntária em um lar que abriga mulheres. “Eu acho que em qualquer cidade a gente tem problemas. Essas mulheres em situação de rua, por exemplo, a prefeitura deveria ajudar, mas nós que ajudamos. Nenhuma cidade está livre de problemas. Nós fazemos a nossa parte, e eles têm que fazer a deles.”

Renda e educação
A renda per capita média de São Caetano do Sul cresceu 84,53% nas últimas duas décadas, passando de R$ 1.107,53 em 1991 para R$ 2.043,74 em 2010. A extrema pobreza passou de 1,35% em 1991 para 0,09% em 2010. São as famílias que recebem menos de R$ 70 per capita (por pessoa).

Com relação aos índices de renda, o prefeito afirma que a cidade tem focado na distribuição de renda para pessoas mais necessitadas, “para não ter desigualdade, tentar equalizar, para que a cidade não tenha nenhum miserável”. “Estamos abrandando essa situação.”

Ainda conforme o prefeito, o índice que mais aumentou foi a educação. Em todas as faixas etárias houve aumento de fluxo escolar, em percentuais superiores à média nacional. “A população aumentou e nós absorvemos essas crianças. Já na saúde, nós temos cinco hospitais, compatíveis com a população, em número de leitos, de médicos suficientes. Na área da saúde somos autossuficientes. Temos um hospital de emergências com volume grande, mas vem muita gente de fora ser socorrida na área de emergência”, afirma Pinheiro.

Mais de 4 mil ingressos já foram vendidos para o primeiro show da Expogua 2013

Centenas de pessoas trabalham para finalizar e organizar os estandes e espaços que farão parte da 38º Expogua, Exposição-Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava, que começa nesta sexta feira (02). Para abertura, o show da dupla sertaneja Victor e Léo promete animar os participantes, a partir das 22h no Parque Lacerda Werneck.

Os ingressos já estão sendo comercializados na Rede Superpão, na Agroboi e também na entrada por parque. Os valores variam de acordo com a localização. A pista está em seu segundo lote e custam R$ 25 cada. O vip primeiro lote custa R$ 50 e on stage, que é bem próximo ao palco, R$ 120 em seu terceiro lote. Quem preferir poderá adquirir o camarote a R$1.000 para 10 pessoas ou o individual a R$ 60.

Ao todo já foram vendidos mais de 4.000 mil ingressos para o show de sexta feira e a expectativa dos organizadores é de um grande número de pessoas em todos os dias de show.

Fabio Camargo é empossado conselheiro do Tribunal de Contas

O ex-deputado Fabio Camargo tomou posse, no início da tarde desta segunda-feira (22), do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR). Camargo foi empossado oficialmente logo no início da cerimônia, em sessão extraordinária no pleno do tribunal. A posse, que teve início às 15h, foi encerrada pouco antes das 16h. Fabio recebeu a toga do pai, Clayton Camargo, presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Ao ser formalmente empossado, Camargo foi convidado a fazer uso da palavra, mas declinou. O decreto com a nomeação do ex-deputado já havia sido assinado pelo governador Beto Richa (PSDB) no último dia 16, e a publicação saiu no Diário Oficial um dia depois.

Reportagem do Financial Times reforça coro “Volta, Lula”

Reportagem do jornal britânico na edição desta segunda-feira 22 destaca que as manifestações populares, a baixa popularidade da presidente Dilma Rousseff e a boa aprovação de Lula “alimentam especulações” para a candidatura do cacique petista em 2014; texto diz que a reação de Dilma aos protestos expõe a diferença de comportamento entre os dois líderes: “O carisma do ex-presidente (…) facilmente chega a todos os níveis da sociedade brasileira e internacional e fica em contraste com a senhora Rousseff”; o PT, no entanto, reforça que Dilma é a candidata à Presidência e o próprio Lula nega as especulações.

Além de alas do PT, o Financial Times integra agora o coro “Volta, Lula”. Em reportagem na edição desta segunda-feira 22, o jornal britânico destaca o bom momento que “alimenta especulações” para a volta do cacique petista como candidato à presidência da República (leia a reportagem aqui, em inglês). O movimento é rejeitado pela direção do partido, que confirma como candidata ao Planalto em 2014 a presidente Dilma Rousseff, e pelo próprio ex-presidente, que nega as especulações.

O FT coloca que, com as manifestações que tomaram o País em junho, a queda na popularidade de Dilma e a boa posição de Lula de acordo com a última pesquisa Ibope, o cenário é favorável para o ex-presidente. O jornal relembra os números divulgados pelo jornal O Estado de S.Paulo, que mostraram que Lula tem 41% dos votos dos eleitores brasileiros, enquanto Dilma tem 30% (leia mais em Ibope mostra Lula imbatível e coloca pressão pela candidatura do ex-presidente).

“Tecnocrata taciturna criticada por políticas econômicas intervencionistas, Dilma parece mais em casa atendendo às minúcias de projetos de infraestrutura do que tomando a tribuna para fazer política. Isto combinado com a imensa popularidade do Sr. Lula da Silva está alimentando especulações de que o ex-metalúrgico, que presidiu o Brasil entre 2003 e 2010, poderia fazer um retorno nas eleições presidenciais do próximo ano”.

O texto assinado pelo correspondente em São Paulo Joe Leahy diz que a reação de Dilma aos protestos expõe a diferença de comportamento entre os dois líderes: “O carisma do ex-presidente, que não completou a escola primária e facilmente chega a todos os níveis da sociedade brasileira e internacional, das favelas à Casa Branca, fica em contraste com a senhora Rousseff”. E lembra ainda que contra Dilma, “os líderes da oposição do Brasil também estão ganhando terreno, com a candidata verde Marina Silva com 22% dos votos, contra 12% em março, enquanto o presidente do partido de centro-direita PSDB, Aécio Neves, passou de 9% para 13%”.

A análise do jornal é que “de início, o estilo seco e discreto de Rousseff foi bem recebido após os anos ruidosos de Lula”, porém, com o País em protesto em favor de melhores serviços públicos, “os brasileiros estão se perguntando se Dilma Rousseff tem a habilidade política para levá-los para aquilo que são águas cada vez mais desconhecidas pela jovem democracia”.

O texto expõe o baixo crescimento da economia no Brasil, a opinião de um vendedor brasileiro, que observa que os preços das coisas estavam menores na época de Lula, e a insatisfação de milhões de brasileiros, que pedem mais investimentos em áreas como Saúde e Educação e aproveitam para condenar os gastos com a Copa do Mundo, que será sediada no País no próximo ano. “A questão é se o Sr. Lula da Silva deve retornar para orientar essa transformação”, coloca o jornal.

A conclusão da reportagem é que, apesar da queda nas pesquisas, “Dilma ainda parece a candidata mais forte para vencer as eleições do próximo ano. Enquanto a proporção de pessoas que acreditava que ela estava fazendo um trabalho bom ou excelente caiu drasticamente após os protestos, a maioria das pessoas ainda acredita que ela está fazendo um trabalho OK”.

PCdoB do Paraná pode apoiar candidatura de Roberto Requião

Ricardo Gomyde, dirigente do PCdoB, deverá procurar Requião em agosto para discutir apoio à sua candidatura ao governo do Paraná; comunista, que foi secretário de Esporte do peemedebista, descarta “inevitabilidade” de coligação com petistas no estado; nacionalmente, segundo Renato Rabelo, a legenda vermelha não se alinhará automaticamente ao PT.

O interventor do PCdoB no Paraná, Ricardo Gomyde, deverá agendar uma reunião com o senador Roberto Requião (PMDB), em agosto, com o objetivo de discutir as eleições de 2014. Os comunistas paranaenses admitem apoio à candidatura do peemedebista ao Palácio Iguaçu.

O PCdoB no estado, a exemplo da direção nacional do partido, rejeita alinhamento automático ao PT e, consequentemente, à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

“Por parte do PCdoB, nunca houve apoio automático a nenhum partido”, disse Renato Rabelo, presidente nacional do partido, em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, repercutida nesta segunda-feira (21) pelo portal Brasil 247.

No Paraná, Requião de certa forma vocalizou as manifestações de rua ocorridas em junho. Segundo pesquisa do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), somente o senador do PMDB saiu incólume dos protestos.

“A candidatura de Requião é um fato consumado, ela é irreversível”,disse Fruet ao próprio Rabelo, no começo deste mês, durante encontro no Palácio 29 de Março (sede do executivo curitibano).