‘Não pode beber nada’, diz ministro sobre regulamentação da Lei Seca

O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, disse nesta terça-feira (29) que, com a regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em relação à Lei Seca, não será tolerado nenhum índice de álcool no organismo do motorista.”Não pode beber nada. De forma prática, não se pode beber nada”, afirmou o ministro em coletiva de imprensa.

A regulamentação do Contran prevê que, no teste do bafômetro, a partir de 0,05 miligrama de álcool por litro de ar, o motorista já vai ser autuado por infração de trânsito. No entanto, de acordo com o ministro, o índice de 0,05 é como uma margem de erro e representa a ingestão de qualquer quantidade de álcool. Isso porque o bafômetro possui uma margem de erro de 0,04.

“O 0,05 é por força da margem de segurança do instrumento de medição. Isso foi  uma recomendação do Inmetro. Na prática, não pode beber nada, zero por cento, nenhuma gota”, afirmou Aguinaldo Ribeiro.

A regulamentação também trouxe a determinação de que agentes de trânsito poderão, com base em critérios estipulados pelo Contran, definir se o motorista ingeriu álcool e aplicar punição por crime ou infração de trânsito. Na opinião do ministro, essa medida não vai gerar arbitrariedade. Ele também informou que agentes já estão sendo treinados para lidar com a norma.

“Acreditamos no bom senso dos agentes de trânsito do país. Temos a plena convicção de que o trabalho que está sendo feito de capacitação será instrumento importante para que a lei possa ser aplicada  com bom senso pelos agentes”, completou.

O ministro das Cidades disse ainda que a possibilidade de o agente de trânsito definir se o motorista está embrigado e, baseado nessa verificação, aplicar multa ou até enquadrar o motorista em crime, vai fazer que os próprios motoristas optem por fazer o teste do bafômetro ou até o teste de sangue, também previsto na resolução.

“Acreditamos que o etilômetro pode ser utilizado como salvaguarda para o próprio condutor. Ele vai dizer que quer soprar para mostrar que não está alcoolizado. Até se tiver com um nível menor de álcool, vai fazer sair do crime e ir para infração”, analisou Ribeiro.

Na nova Lei Seca, o motorista não é obrigado a se submeter ao bafômetro nem a nenhum tipo de exame, a não ser que haja acidente com vítima fatal. Em casos corriqueiros, sem acidente com morte, o condutor não precisa fazer teste algum. Mas o agente poderá atestar a embriaguez baseado em observações de comportamento e aparência, estipuladas pela regulamentação. Se o agente considerar que houve crime, o motorista será levado para a delegacia, onde a autoridade policial vai determinar a pena que será aplicada.

Resolução
O texto publicado no “Diário Oficial da União” estabelece que, no caso do teste do bafômetro, o limite para que o condutor não seja multado passa de 0,1 miligramas de álcool por litro de ar para 0,05 mg.

Para exames de sangue, a resolução estabelece que nenhuma quantidade de álcool será tolerada. O limite anterior era de 2 decigramas de álcool por litro de sangue. A infração continua classificada como gravíssima e o valor da multa é de R$ 1.915,40, além de o motorista ficar impedido de dirigir por um ano.

(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que o limite máximo permitido de consumo de álcool era, antes da resolução, 0,2 decigrama de álcool por litro de sangue. O correto é 2 decigramas. O erro foi corrigido às 18h07.)

A resolução do Contran regulamenta a Lei Seca sancionada pela presidente Dilma Rousseff em dezembro, quando o governo já havia estipulado níveis mais rigorosos para caracterização de crime e infração do motorista alcoolizado. 

Estão mantidos, na resolução, os limites estabelecidos na lei que definem quando o motorista embriagado incorre em crime de trânsito. A tolerância continua de 0,34 miligramas de álcool por litro de ar ou de 6 decigramas por litro de sangue. A pena para esse crime é de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão temporária da carteira de motorista ou proibição permanente de se obter a habilitação.

A Lei Seca também prevê que o motorista pode ser punido por crimes de trânsito se o agente verificar sinais que indiquem alteração da capacidade psicomotora, mas deixou para o Contran estabelecer quais seriam os sinais. Na resolução publicada nesta terça, o órgão também define como os agentes poderão verificar se o motorista está sob efeito de álcool.

Sinais de alteração
O texto da resolução diz que os agentes poderão verificar por “exame clínico com laudo conclusivo e firmado por médico, ou constatação pelo agente da Autoridade de Trânsito”, o comportamento do motorista. Para confirmação da alteração da capacidade, “deverá ser considerado não somente um sinal, mas um conjunto de sinais que comprovem a situação do condutor”.

Para se perceber os sinais, o agente deve seguir algumas perguntas previstas pelo Contran. De acordo com a resolução publicada nesta terça, o agente vai, primeiramente, pegar os dados do motorista, como endereço e documento de identificação, questionar se ele bebeu e se considera ser dependente. Depois, vai observar sinais de embriaguez.

O agente vai analisar sinais relativos à aparência do motorista: sonolência, olhos vermelhos, vômito, soluços, desordem nas vestes e odor de álcool no hálito. Depois, quanto à atitude do motorista: agressividade, arrogância, exaltação, ironia, falante, dispersão e quanto à orientação do motorista — se ele sabe onde está, sabe a data e a hora e quanto à memória — se sabe o endereço e se lembra os atos cometidos.

Por fim, vai verificar aspectos ligados à capacidade motora e verbal: dificuldade no equilíbrio e fala alterada.

Com essas observações, de acordo com o texto, o agente fiscalizador deve responder e constatar: se o motorista está sob influência de álcool ou sob influência de substância psicoativa e se ele se recusou ou não a realizar os testes, exames ou perícia que permitiriam certificar seu estado quanto à capacidade psicomotora.

Caso o agente constate a embriaguez, poderá multar o motorista no local. Se verificar que o estado é grave, após acidente ou condutor que ofereça risco à vida de outras pessoas, deve encaminhar o motorista e eventuais testemunhas para a delegacia para registro de ocorrência. O condutor pode ser preso e responder por crime.

Provas
O texto com as novas regras amplia as possibilidades de provas consideradas válidas no processo criminal de que o condutor esteja alcoolizado. Além do teste do bafômetro ou do exame de sangue, passam a valer também “exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova admitidos em direito”.

De acordo com o texto, não será mais necessário que seja identificada a embriaguez do condutor, mas uma “capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência”.

Se houver testemunha, diz a resolução, o agente deve anotar os números de identificação e pedir assinatura.

Apesar de provas passarem valer para atestar a embriaguez, a resolução diz que deve-se priorizar o uso do bafômetro.

 

Secretário de Obras faz vistoria em terrenos onde serão construídas creches

O secretário de Viação, Obras, Serviços Urbanos e Trânsito, Transportes e Mobilidade Urbana Edison José Sanches Filho, acompanhado pelo engenheiro da secretaria José Elias Sydor e por técnicos de uma empresa de sondagem e fundação, fizeram uma vistoria nesta terça-feira, 29, em um dos terrenos onde serão construídas as novas creches em Guarapuava. “A partir desta vistoria, a empresa vai nos fornecer um laudo técnico para sabermos se a creche poderá ser construída neste local”, explica o secretário de obras.

As creches serão construídas com verbas do Governo Federal, mas é a Prefeitura de Guarapuava quem tem a responsabilidade de entregar os terrenos em perfeitas condições para iniciar as obras. Segundo o secretário, dos dez terrenos onde serão construídas as novas creches, três apresentam problemas. “Aqui no São Cristóvão temos o problema com a terraplenagem; no Residencial 2000, além da terraplenagem ainda existe o problema com o tamanho do terreno que não comporta uma construção de aproximadamente mil metros quadrados e o terreno no Morro Alto não teve o corte correto”, comenta Sanches Filho.

Segundo o secretário, o relatório entregue pela empresa contatada na gestão anterior e responsável pela terraplenagem, apresenta o termo “compactação visual”, o que não pode ser aceitado pelos engenheiros que farão a liberação do terreno. “Temos a responsabilidade de fazer uma creche aqui, não podemos permitir que daqui alguns anos o piso venha a ceder”, explica Edison Sanches ao afirmar que a próxima ação da Secretaria de Obras será uma reunião com engenheiros para definir os novos custos desta obra. “Se for necessário refazer a terraplenagem, precisamos analisar os custos desta nova obra, além disso, teremos o atraso na entrega do terreno para a empresa responsável pela construção da creche”.

Nesta terça-feira, 29, a Secretaria de Obras da Prefeitura de Guarapuava entrega o terreno onde serão iniciadas as obras da Creche do Boqueirão. No São Cristóvão próximo ao Parque de Máquinas, Bonsucesso, Xarquinho, Jardim das Américas e Planalto, as obras já estão em andamento. Segundo a Secretaria de Obras, o terreno no Tancredo Neves, próximo ao CAIC deverá ser entregue nos próximos dias.

Bombeiros notificam casa noturna em Guarapuava

Três dias após o incêndio que matou 234 pessoas em uma boate em Santa Maria (RS), o Corpo de Bombeiros de Guarapuava iniciou hoje (29) uma vistoria nas casas noturnas da cidade. Segundo a tenente Karen, uma boate já foi visitada na tarde desta terça feira e acabou sendo notificada por não apresentar as medidas exigidas de segurança.

De acordo com a tenente, inúmeras irregularidades foram vistas na casa, que deverá passar por modificações para poder receber o certificado dos bombeiros e ser considerado um ambiente seguro. Caso não ocorram os ajustes dentro do tempo estipulado, o Ministério Público poderá fechar o estabelecimento.

Para resguardar o estabelecimento, o Corpo de Bombeiros preferiu não identificar qual foi a casa noturna autuada.

Moradores da Santana estão chocados com crime passional

O assassinato de Ana Claudia Cesewenka Batista, ocorrido na ultima sexta feira (25), ainda é o principal assunto nas ruas do bairro Santana, local onde ela e o marido moravam e onde aconteceu o crime. Para os moradores do bairro, o crime brutal pegou todos de surpresa já que tanto Ana Claudia quanto Reginaldo eram vistos como pessoas calmas e pacatas.

“Eu sempre ia levar meus cachorrinhos no pet shop onde eles trabalhavam, e o Reginaldo sempre me atendeu muito bem, parecia sempre muito calmo e tranqüilo. Nunca imaginaria que ele fosse capaz de fazer uma coisa dessas” comenta um morador que prefere não se identificar.

Outras pessoas, mais próximas a Ana Claudia, afirmam que o casal passava por uma crise e que a empresária pensava em se separar de fato  do marido. “Ela estava com problemas no casamento, tanto que em dezembro ela pouco apareceu aqui pela vizinhança”, contou uma vizinha.

Apesar de acompanhar o marido no Pet Shop, Ana Claudia era formada em Letras  e Pedagogia e queria atuar em seu ramo. “Ela era uma excelente aluna, teria um grande futuro como professora. Perdemos uma grande profissional e uma ótima pessoa”, lamentou uma professora da vitima.

 

Após tragédia, bombeiros de Guarapuava antecipam vistorias em casas noturnas

A tragédia que aconteceu na madrugada de domingo (27) em Santa Maria, já reflete em Guarapuava. Preocupados com a segurança das casas noturnas da cidade, o Corpo de Bombeiros deve antecipar as vistorias aos estabelecimentos comerciais, iniciando já nesta semana.

Segundo o Tenente Guilherme, todos os estabelecimentos comerciais legais são vistoriados todos os anos pelo Corpo de Bombeiros, e são conferidos os perigos que o local pode oferecer e as medidas e equipamentos de segurança necessários para cada tipo de estabelecimento.

Se o local estiver adequado ele recebe um certificado de vistoria e será visitado somente no próximo ano, já se houver deficiências ou faltas de equipamentos necessários, os proprietários são notificados e assinam um termo de adequação de conduta, onde se comprometem a adequar-se em um certo período de tempo. Quando o local não oferece nenhum tipo de segurança, ou equipamento, pode até ser fechado pelos bombeiros.

Em Guarapuava, as maiorias das casas noturnas estão completamente adequadas com as medidas de segurança e são consideradas seguras. Entretanto, cinco locais da cidade estão em processo de adequação e devem ser vistoriadas ainda esta semana.