Dilma cobra ‘parceiros comprometidos’ ao lado de Campos

A presidente Dilma Rousseff usou nesta segunda-feira (25) seus quase 50 minutos de discurso emSerra Talhada, no sertão de Pernambuco, para enviar recados a seu provável adversário nas próximas eleições presidenciais, o governador Eduardo Campos (PSB-PE). “Nenhuma força política sozinha é capaz de dirigir esse país com essa complexidade. Precisamos de parceiros. Precisamos que esses parceiros sejam comprometidos com esse caminho”, disse a presidente. A presidente também anunciou, de uma só vez, R$ 2,5 bilhões em investimentos no Estado.

Dilma referiu-se ao governador de Pernambuco como “grande parceiro, extremamente respeitado pelo meu governo”, mas não o poupou de indiretas.
Sem citar nomes, Dilma cobrou “compromissos políticos”. “Não podemos esquecer dos compromissos políticos que, ao longo da nossa vida, nós lutamos por eles”. A presidente e seus ministros procuraram destacar investimentos federais em Pernambuco, como as obras da refinaria Abreu e Lima e a petroquímica Suape, ambas em construção.
“Todos esses investimentos que nós fizemos aqui em Pernambuco, se você juntar os investimentos federais e aqueles feitos pelas nossas estatais, chegamos num volume extraordinário de R$ 60 bilhões”, afirmou a presidente.

Além de dar publicidade a investimentos anteriores, a presidente anunciou mais R$ 2,341 bilhões para obras hídricas, rodoviárias e no porto de Suape.
O governo federal distribuiu aos jornalistas um relatório sobre investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Estado, totalizando R$ 3,1 bilhões. Desse total, R$ 2,8 bilhões são federais, frente a R$ 330 milhões do Estado.

Governador

O governador Eduardo Campos amenizou o tom das críticas que vem fazendo ao governo federal. Disse que, no Estado, ela tem um “governador, mas também um companheiro, um amigo”. Campos também afirmou que estava recebendo a presidente “com a mesma atenção de sempre”, mas salientou que o Estado “ajudou [Dilma] a ser presidente da República”.

Ele citou seu avô, o ex-governador Miguel Arraes (1916-2005), como uma espécie de conselheiro do ex-presidente Lula.
Sem especificar nomes, o governador destacou a importância de diálogo com todos ao falar sobre a seca. “A luta do povo exige a capacidade de dialogar, de respeitar as diferenças, de muitas vezes somar os contrários quando está em jogo a vida de pessoas”, afirmou.

O pernambucano, que tem se aproximado de lideranças do PSDB, citou indiretamente o governo de Fernando Henrique Cardoso e sua contribuição para a estabilidade econômica do país. “Construímos fundamentos macroeconômicos importantes e depois, com Lula, vimos essas condições fazer o governo chegar aonde não chegava antes”, disse o socialista.

Taxista, o espelho da cidade

Desta vez, Ari Rebelo não precisa se apressar e nem levar alguém para seu destino. Ele vai deixar momentaneamente o comando de seu táxi para sentar no banco de passageiros e contar um pouco de sua profissão.

Das 6 da manhã ao final da tarde, Ari está a postos no ponto de táxi da Praça Cleve, à espera de cliente para uma corrida cujo destino já está definido. No entanto, é nas mãos do taxista que tudo se realiza.

Dos 58 anos de vida de Ari, seis estão sendo dedicados à profissão. Parece pouco? Pode até ser, diante de companheiros que rodam há pelo menos 20, 30 anos. Mas é que o taxista exercia outra atividade antes de ingressar no mundo das corridas: policial militar. “Trabalhei 32 anos como sargento da Polícia Militar. Passei pelo Paraná inteiro: Curitiba, Ponta Grossa, Maringá, Londrina, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Cascavel, Francisco Beltrão e Pato Branco, onde me aposentei”.

Se não é um pré-requisito, a experiência como policial tem servido como um componente a mais na atividade exercida hoje. Segundo ele, todas as profissões têm seus riscos. O bombeiro, por exemplo, corre perigo ao trabalhar na contenção de um incêndio.

O mesmo pode ser dito da ocupação de taxista. “Mas a diferença é que você tem contato com o ser humano. Aqui, no ponto, você ‘pega’ uma pessoa estranha. O risco é muito maior”.

A vivência como PM até ajudou numa situação tensa para muitos taxistas. “Fazia um ano que estava trabalhando neste ponto [da Cleve]. Uns rapazes apareceram e solicitam uma corrida. De repente, no meio da viagem, declararam o assalto. Mas ficou só na tentativa, pois, graças a meu treinamento militar, me defendi e impedi a ação. Depois chamei a polícia e ela prendeu os marginais”. Fora os colegas que são assaltados com frequência, principalmente à noite.

Por isso, Ari prefere trabalhar somente durante o dia. “Digamos que as chances de ser assaltado à noite é praticamente de 100%. Você está parado e chega uma pessoa desconhecida. Não se sabe se é boa ou ruim. No período noturno, isso se agrava”, avalia com base em sua experiência de vida.

Infelizmente, a rotina de violência contra taxista é muito maior do que se pensa. Basta ver a crônica policial. E o rendimento financeiro não é tão alto assim para se tornar alvo dos bandidos. “Vida de taxista é difícil, pois não se consegue ganhar muito dinheiro. Ainda mais em Guarapuava, onde as pessoas não têm muito costume de usar nosso serviço”.

O tempo

Sabe aquela história de “tempo é dinheiro”? Isso vale também, claro, para a profissão de taxista. Principalmente, se levar em conta que o taxímetro não para um segundo durante a corrida.

No entanto, tem um detalhe que passa batido para a maioria: o tempo ocioso, à espera de um passageiro. O que fazer durante essas horas? “É isso que torna a profissão de taxista estressante”, opina Ari, que ocupa seu tempo de espera com leitura e música.

Enquanto alguns colegas gostam de ouvir sertanejo e gauchesco, o taxista de 58 anos prefere música clássica. “Perfeita para relaxar”. Ele tem os discos selecionados para curtir na solidão do táxi, pois, quando entra um passageiro, toma o cuidado para desligar o CD player. “Só ligo se o freguês quiser”, avisa o motorista atencioso.

No campo da leitura, Ari se interessa por quase tudo: literatura, jornais, revistas, boletins etc. Em sua opinião, o taxista tem de ser um cara extremamente informado, que possa falar sobre tudo com os passageiros.

“O taxista tem de ser o espelho da cidade. Ele é o primeiro contato que um turista estabelece com Guarapuava. Todo mundo chama o taxista para pedir uma informação. Por isso, a gente precisa se atualizar sempre, sabendo um pouquinho de cada coisa”.

O psicólogo

É batata. Basta assistir a um filme ou ler uma reportagem (como esta aqui, por exemplo) para se deparar com a manjada frase “o taxista é um verdadeiro psicólogo”. Afinal, apesar de não ser um profissional da cabeça, o motorista ouve e presta atenção aos problemas alheios.

Sem concordar exatamente com o estereótipo, Ari reconhece que as pessoas não abrem apenas a porta de seu carro, mas também o coração delas. A receptividade é imediata.

Claro que nem tudo são flores. “Já embarcou uma pessoa que estava pensando em se matar. Mas se abriu pra mim e eu comecei a conversar. Ela desceu do carro com outro pensamento”, diz Ari, acreditando em seu papel de conselheiro informal.

Mas, claro que nem todos sobem no táxi querendo conversa ou opiniões. “Tem aqueles que vão em silêncio a viagem toda”.

E assim Ari segue em sua vida de taxista, aguardando o próximo passageiro com seu destino definido.

Prêmio de “Produtividade da Década” será entregue amanhã para Agrária

A Agrária recebe nesta terça-feira (26), em São Paulo, o prêmio de “Produtividade da Década”, oferecido pelo Rally da Safra 2013. A cooperativa será representada pelo seu diretor presidente, Jorge Karl, durante a cerimônia a ser realizada na sede da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na qual serão homenageados todos os destaques da edição atual. 

Ao longo dos anos, a cooperativa do distrito de Entre Rios apresentou consistentes resultados, em geral superiores à média nacional, especialmente com relação ao milho. Ainda sem contar a safra atual, a produtividade dos cooperados da Agrária se manteve, nos últimos três anos, na casa dos 11.000 quilos por hectare, enquanto que a média brasileira para o milho chegou a 4.808 quilos por hectare na safra 2011/2012, contra 5.580 quilos por hectare registrados no Paraná no mesmo período, conforme dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). 

Com 60 anos de história, a Agrária conta atualmente com 550 cooperados e cerca de 1.200 funcionários, os quais levaram a cooperativa ao faturamento recorde de R$ 2,1 bilhões, em 2012. De acordo com Jorge Karl, a homenagem é uma conquista de todos os envolvidos no processo cooperativo. “Este prêmio só é possível graças aos nossos cooperados, que são o começo e o final de todo esse processo, e ao empenho dos nossos colaboradores para o crescimento contínuo da Agrária”, destacou o presidente. 

O elevado índice de produtividade decorre da somatória de fatores, tais como investimento da Agrária em pesquisa, através da FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária), departamento de assistência técnica próprio para orientação dos cooperados, rotação constante entre culturas de verão e de inverno, alta tecnificação e profissionalização no gerenciamento das propriedades dos cooperados. Meios de difusão de tecnologias, tais como os dias de campo e o WinterShow, o maior evento brasileiro relativo a culturas de inverno, contribuem igualmente o crescimento dos resultados. 

O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, palestrante do Dia de Campo de Verão, realizado pela Agrária no início de março, havia adiantado o prêmio aos presentes e teceu elogios à Agrária. “A produtividade agrícola daqui é notável, realmente espetacular”, afirmou. 

O Rally da Safra, realizado pela empresa Agroconsult, em parceria com a FIESP, é um dos principais eventos do agronegócio brasileiro e o único levantamento de safra técnico privado, que abrange 99,4% da área cultivada de soja e 80% da área com milho no Brasil. A expedição é realizada entre janeiro e março, durante a fase de desenvolvimento das lavouras e colheita.

Cleto prova que seu projeto é viável e denuncia que vereadores votam contra sem saber os motivos

A Câmara Municipal de Guarapuava vai voltar a analisar o projeto de lei (12/2013) de autoria do vereador Cleto Tamanini, que estalebece a implantação de um espaço físico para homenagear os cidadãos detentores de títulos honoríficos no Município. Em pronunciamento na sessão desta terça-feira, Tamanini demonstrou erros flagrantes no parecer da Comissão de Constituição e Justiça do Legislativo (CCJ), que se opunha à aprovação do projeto, e a proposta acabou sendo retirada para nova análise.
Em seu parecer, a CCJ disse que o projeto de Cleto Tamanini “onerava” o Município com a criação do espaço e não especificava de onde viria o dinheiro para tanto. Em resposta, Tamanini explicou que a Comissão cometeu um erro de interpretação, pois o “criação” de espaço não significa “construção”.
O espaço sugerido por Tamanini pode ser, por exemplo, uma galeria de fotos numa área da Prefeitura ou do Legislativo Municipal, a exemplo das que já existem para ex-prefeitos e ex-presidentes legislativos. A despesa é mínima, mas o reconhecimento é de grande significado, pois atualmente se resume à concessão de títulos impressos em papel. “Se estas pessoas são importantes, a ponto de receberem uma titulação, elas merecem muito mais que um diploma” – esclarece Tamanini.

.POSIÇÕES CONTRADITÓRIAS:
Mas, o que mais surpreendeu o vereador, foi o teor agressivo do parecer da CCJ e a “automática” disposição dos vereadores da bancada de apoio ao prefeito Cesar Silvestri Filho, de votar contra projetos de sua autoria. Tamanini demonstrou que o estudo da CCJ era falho porque não se amparava em nenhum dispositivo legal, leis ou artigos, para declarar a nulidade do seu projeto. Chegou a pedir aos vereadores que mostrassem onde estava a ilegalidade, e o que se viu foi o silêncio.
Segundo Tamanani, há uma contradição na Câmara Municipal: enquanto o líder do prefeito, Airson Horst, fala em “harmonia do Poder Legislativo”, seus liderados são orientados a se oporem, indiscriminadamente, a projetos de outros vereadores.
A vereadora Maria José Ribas pediu vistas ao projeto de Cleto Tamanini e a Comissão aceitou retirar seu parecer. Um novo projeto será elaborado para eliminar as divergências, indicou Cleto Tamanini.

Obama diz que EUA vão aumentar ajuda à Jordânia para refugiados sírios

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (22) que o governo norte-americano vai trabalhar junto ao Congresso do país para buscar um aumento de US$ 200 milhões na ajuda humanitária enviada à Jordânia este ano para ajudar o país com os refugiados sírios.

Falando em entrevista coletiva ao lado do rei Abdullah, da Jordânia –aliado-chave dos EUA no Oriente Médio–, Obama também saudou as medidas do rei a caminho de reformas políticas “necessárias” no país.

Abdullah disse que se recusaria a fechar as fronteiras jordanianas aos refugiados sírios, e Obama disse que estava preocupado que a Síria se tornasse um enclave para extremistas.