Operação Fantasma completa um ano, sem condenaçõesEra uma terça-feira, 25 de outubro de 2011. Dia em que os vereadores de Guarapuava se reuniriam para a segunda plenária da semana. Poderia ter sido uma tarde normal, como qualquer outra, mas a intervenção do Gaeco alterou o curso dos acontecimentos. Três promotores do Ministério Público chegaram à câmara com uma missão: desmantelar um esquema de corrupção e desvio de recursos. Claudio Cortesia, Mauro Dobrowolski e William Gil Pinheiro Pinto coordenaram o procedimento. Os três permaneceram trancados no gabinete da presidência por vários minutos. Nos corredores, os funcionários e outros frequentadores da câmara se mostravam aflitos por não saberem o que estava acontecendo. Ninguém mais trabalhou naquela tarde e até mesmo a sessão não aconteceu. Segundo os vereadores, não havia clima para os trabalhos. O cancelamento da plenária se justificou pela prisão em flagrante do presidente da casa, Admir Strechar (PMDB). O chefe do Legislativo foi transferido de seu gabinete para a carceragem da 14ª SDP (Subdivisão Policial). Naquela noite, o país inteiro ficou sabendo do ocorrido. As imagens obtidas com uma câmera escondida foram transmitidas em rede nacional. No vídeo, gravado com autorização da Justiça, Strechar aparecia contando o dinheiro recém entregue por um funcionário comissionado. O servidor Pedro Roque Guimarães era seu subordinado e tinha de entregar metade de seu salário todos os meses. Se não o fizesse, seria dispensado do cargo. O dia chegou ao fim sem que muitos pontos fossem esclarecidos. O teor real das investigações só veio à tona na manhã seguinte. Além de Strechar, outros cinco vereadores foram acusados de compor o esquema de funcionários fantasmas: Fernando Alberto dos Santos, o Fernando da Maçã (PP), Hamilton Carlos de Lima, o Pé de Cana (PP), João Carlos Gonçalves, o João Napoleão (PSDB), Sadi Federle (PSB) e Thiago Cordova (PPS). Todos tiveram seus gabinetes, escritório e residências revistados. Documentos e computadores foram apreendidos. O Ministério Público requisitou a prisão preventiva de todos os citados, mas a Justiça negou. Apenas Strechar permaneceu preso. Foram 45 dias na carceragem da 14ª SDP até que o TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) concedesse o habeas corpus. Desde o dia 9 de dezembro de 2011, aniversário da cidade, Strechar está em liberdade. |