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Governo encerra rodízio e Gaeco deve resgatar policiais retirados

Os dez promotores dos seis núcleos do Gaeco no Paraná se reuniram na manhã de hoje na sede do grupo, em Curitiba, para debater os rumos da organização de combate ao crime organizado.
Em razão do novo posicionamento do governo do Estado de extinguir o rodízio de policiais no Gaeco – modelo de cessão que o Ministério Público considerava inviável –, a decisão foi por manter o grupo. A partir de agora, a solicitação dos policiais será feita única e diretamente pelo procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacoia, ao governador Beto Richa.

Para o Gaeco, essa medida é um avanço, tanto por garantir a continuidade do grupo, quanto por representar uma diminuição na burocracia. “A princípio, nós pensamos que essa nova regra seja positiva, porque desata um nó que havia entre o Gaeco e o governo, e também porque facilita o contato com o governo ao solicitarmos policiais”, disse ao Diário o coordenador-geral do Gaeco no Paraná, promotor Leonir Battisti. “Claro que toda regra, se mal aplicada pode produzir resultados ruins. Mas acredito que será positiva”.

Antes, eram os próprios promotores dos núcleos do Gaeco que requeriam à Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública) a cessão de policiais à organização. Apesar de burocrático, o sistema era tido como funcional pelo Ministério Público, uma vez que permitia aos coordenadores selecionar policiais de determinados perfis e, acima de tudo, garantir sua permanência no grupo.

No entanto, a partir de setembro do ano passado, a Sesp implantou o sistema de rodízio, no qual nenhum policial poderia ficar mais de dois anos no Gaeco, e o contingente passou a ser escolhido pela própria secretaria. A medida desagradou o MP, que considerava sua exclusiva prerrogativa indicar os policiais. Para os promotores, como muitos policiais investigam suas próprias corporações (Polícia Militar e Civil), eles podem sofrer perseguição ao regressar. Além disso, o rodízio removia do Gaeco justamente os policiais mais experientes no combate ao crime organizado.

Contudo, ainda hoje pela manhã, a assessoria da Casa Civil publicou uma nota sobre o encontro que o governador Beto Richa teve ontem, 29, com procurador Gilberto Giacoia e membros do Ministério Público.

A nota afirmava que o governador reiterou o interesse de manter a cooperação com o Ministério Público em relação ao Gaeco, e informava que, como resultado da reunião, estabeleceu-se que a cessão de policiais civis e militares para o Ministério Público será solicitada unicamente pelo procurador-geral de Justiça. O governador disse ainda que manteria o número de policiais que compunham o Gaeco no mês de novembro, e declarou que estuda a possibilidade de ampliar a cessão.

O coordenador-geral do Gaeco destacou que os primeiros esforços terão o intuito de reaver os policiais que já atuavam nos núcleos. “Não há nenhuma proibição de se solicitar essas mesmas pessoas. Então vamos solicitar primeiro esses policiais, para que eles possam retornar ao trabalho”.

FONTE: Diário de Guarapuava