Diversas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram afetadas. Só na capital carioca foram 600 mil consumidores sem luz, segundo a Light.
Em Santa Catarina, de acordo com a Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), 11% das unidades atendidas ficaram sem energia. No Rio Grande do Sul, 11 municípios ficaram sem luz na área atendida pela RGE, uma das distribuidoras de energia no Estado e que atende 264 municípios. A distribuidora diz que a falta de luz foi parcial, atingindo apenas alguns bairros de cada cidade. Às 16h, tudo já havia sido normalizado.
Impacto
O Ministério de Minas e Energia, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) informaram estar ciente do problema e que ainda estão tentando dimensionar o impacto. O problema, de acordo com o ONS foi corrigido, mas ainda não houve tempo hábil para religar todas as áreas afetadas.
A falha foi causada por uma perturbação na distribuição de energia pelo Sistema Interligado Nacional, que interrompeu o fluxo de energia de 5 mil MW entre as regiões Sul e Sudeste com a região Norte.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), houve desligamento automático de cargas distribuidoras locais para restabelecer a frequência do sistema. A interligação foi religada às 14h41 com o início do processo de recomposição das cargas desligadas.
Pelo Twitter, clientes da fornecedora em Curitiba relatam queda de energia nos bairros Bacacheri, Capão Raso, Pinheirinho, Boa Vista, Santa Quitéria, Juvevê, Xaxim e Portão.
O ONS e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informaram que estão cientes da situação e tentando ainda levantar detalhes do problema. O Ministério de Minas e Energia convocou uma coletiva de imprensa para as 17 horas desta terça-feira para dar informações sobre o ocorrido.
O incidente ocorre quase 24 horas depois de o ONS ter registrado recorde de demanda instantânea de energia, no Sistema Integrado Nacional, de 84.331 MW, às 15h32 de ontem, e no subsistema Sudeste-Centro Oeste, de 50.854 MW, um minuto depois. A causa dos picos de consumo, segundo o operador, são as elevadas temperaturas registradas em todo o país.
O ONS não informou que tipo de perturbação ocorreu no sistema, se de ordem física (incidente com a rede), ou ainda se o episódio está relacionado ao fato de a demanda estar atingindo níveis históricos, em período de estiagem nos reservatórios.
Baixo nível
Nesta segunda-feira, em evento no Palácio do Planalto, o ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, chegou a afirmar que o baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas no país não representava “nenhum risco de desabastecimento”.
Estimativas da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que os reservatórios no Sudeste enfrentam a pior situação desde 1953.
Por causa da necessidade de uso de termelétricas para atender a demanda (usinas que funcionam com a queima de carvão e óleo combustível, por exemplo) o governo já estuda fazer novos desembolsos do Tesouro, que a partir do ano que vem podem recair sobre a tarifa do consumidor.
A mesma fórmula foi usada ano passado para cobrir os gastos também com uso das usinas térmicas.

