A 12 quilômetros do centro, moradores do Colibri se sentem abandonadosA “nuvem” de poeira que levanta do chão logo após a passagem de um carro toma conta da roupa que está no varal, suja as casas, afeta a saúde das pessoas e gera reclamações. “Não aguentamos mais essa vida. Vivo aqui há 15 anos e durante todo esse tempo nunca fomos atendidos, nunca merecemos a atenção das autoridades”, diz Arildo Legman Mariano. Logo em frente um “fio” de água corta a rua, se mistura ao pó e vira lama. É o esgoto a céu aberto, outro problema crucial que atinge a vila e que também compromete a saúde das crianças que, com os pés descalços, buscam pisar na água em momentos de brincadeira. Se há falta de asfalto nas ruas e de saneamento básico a ausência de creches e de projetos no contraturno escolar deixa ainda mais vulnerável as crianças e os adolescentes que vivem no local, todos, salvo raras exceções, vítimas da vulnerabilidade social que inclui drogas e violência. Localizada a cerca de 12 quilômetros do centro da cidade, separada pela PR 170, a Vila Colibri é apenas mais um retrato da Guarapuava que está longe dos holofotes, dos olhos da opinião pública. A falta de emprego é visível quando se depara com homens e mulheres, às 16 horas, dentro de casa. “Guarapuava não oferece condições de emprego”, reclama Renilson José Horst, que é carpinteiro. “Não temos saúde, emprego, creche. Só temos pó e barro”, lamenta. A situação econômica da maioria das famílias que vivem no Colibri é lamentável. “tem gente aqui que não ganha um salário mínimo por mês e ainda paga aluguel e tem que dar comida aos filhos”, diz Noemia de Oliveira Barboza. |